quarta-feira, novembro 25, 2015

COLÓQUIO SOBRE O TRAJAR – GERALDES

No passado dia 21 de Novembro realizou-se em Geraldes (Peniche) um animado colóquio sobre “O Trajar” organizado pelo Rancho Folclórico de Geraldes.
A par do colóquio foi possível admirar uma pequena, mas abrangente, exposição de um conjunto de trajes do grupo, do qual destaco, por gosto pessoal, o vestuário infantil.
A mesa foi constituída por Ricardo Gomes (coordenador do Rancho Folclórico de Geraldes), José Vaz (CTR da Alta Estremadura) e Maria Emília Francisco.
Maria Emília Francisco, José Vaz e Ricardo Gomes
José Vaz efetuou um resumo histórico da criação da Federação do Folclore Português, a sua estrutura orgânica e o papel dos Conselhos Técnicos Regionais (CTR) no apoio ao trabalho desenvolvido pelos ranchos folclóricos.
Ricardo Gomes retratou a importância geográfica, social e económica do Concelho de Peniche. Abordou ainda temas como a migração de povos de regiões próximas e longínquas, as trocas comerciais entre Lisboa, Peniche e Caldas da Rainha, e a importância do Círio da Merceana.
Maria Emília Francisco começou por apresentar alguns conceitos sobre folclore, a missão dos grupos folclóricos e a importância da qualidade da representação.
Quanto ao traje, considerou-o o bilhete de identidade do seu portador, já que o identifica no espaço socioeconómico da época em que viveu.
Realçou o trabalho de recolha, chamando a atenção para as recolhas fotográficas e o cuidado a ter na sua análise.
Abordou ainda outras temáticas, como a caracterização do traje relativamente à função, os materiais utilizados e a forma correta de representação do traje, propondo a eliminação das alterações introduzidas a gosto moderno.
O estudo do folclore deve estar integrado com outras ciências, nomeadamente, a história, a geografia, a sociologia, a antropologia, etc., já que este é um museu vivo de partilha de saberes.
A grande participação do público no período de questões demonstrou o interesse do tema escolhido pela organização.
Bem hajam!




 

quinta-feira, novembro 19, 2015

terça-feira, novembro 17, 2015

MANEIRAS DE USAR O LENÇO NA NAZARÉ

Com a colaboração do João Pedro Guardado publico um conjunto de fotografias exemplificativas das diversas formas de usar o lenço (cachené) na Nazaré.
Como podem observar, estas maneiras de atar o lenço são comuns à região limítrofe e a outras, embora existam trejeitos locais fruto da necessidade ou gosto das mulheres.
O importante é perceber que a cada uma destas formas de amarrar o lenço corresponde um momento próprio, quer no trabalho diário na praia ou venda do pescado, quer nos dias de festa e devoção, e é fácil perceber essa diferença, basta uma análise atenta das imagens.










sexta-feira, novembro 06, 2015

O Gabão Bairradino - Águeda

O gabão é uma remota vestimenta, presumivelmente oriunda dos varinos de raça pelasgia (do norte da Grécia) que vieram fundar povoados à foz do Vouga e que foi conhecida e usada pelos romanos como o comprova o facto de se encontrar esculpida na Coluna do Trajano em Roma, no ano 112 da nossa era – uma figura vestida com um manto especial a que não falta capuz e parece ter romeira.

O Gabão – mistura feliz de veste monástica e de traje civil medieval, a capa com mangas e capuz, usada durante toda a Idade Média em todos os países da Europa e também em Portugal.

É uma peça de grande carácter que durante muitos longos anos foi usada por pobres remediados. Nasceu na Ria de Aveiro, na terra dos varinos, isto é, na terra das gentes da beira mar.

O Gabão é uma capa bastante ampla e rodada, descendo quase até aos tornozelos, com farta romeira ou cabeção curto e recortado, mangas largas e capuz em bico. É aberto à frente de alto a baixo, é aconchegado ao pescoço por um colchete terminando por uma cadeia, ou por um alamar, ambos em metal ou às vezes de prata.

Pode apresentar-se forrado de castorina, beata ou mesmo seda. De cor castanha, feito de surrobeco ou burel ( o gabão de trabalho) é o mais característico das gentes do bairro piscatório da beira-mar em Aveiro ou dos trabalhadores de toda a Bairrada.

De cor preta feito em boa fazenda de lã acetinada ou merino ( o gabão dos ricos) era usado pelos janotas de todas as regiões, onde constituía um elegante agasalho. Entre os habitantes que viviam nas cercanias da Ria de Aveiro se conta o "Aguedense" mais barqueiro do que pescador e mais agricultor que barqueiro, mas em todos eles o traje é muito semelhante: - os homens usam o gabão comprido até aos pés com mangas e capuz, peça de grande caracter que tendo irradiado da região da Ria para todo o país, teve extraordinária difusão, cerca do ano de 1900.

segunda-feira, novembro 02, 2015

TRAJE DE FESTA E DE COTIO – TRÁS-OS-MONTES


Traje de Festa
Lenço de lã estampado com franjas
Camisa de linho
Colete/ Justilho de brocado de seda preto
Faixa de Lã vermelha (dentro do colete) envolvendo o busto
Saiote de linho (enáguas)
Saia (Saiote) de baeta rosa escuro com fitas de veludo
Sapatos pretos
Brincos de ouro – Brincos de Fuso
Colar de contas filigranadas de ouro com cruz de ouro

 
Traje de Cotio (uso cotidiano)
Lenço de lã estampado
Camisa de linho
Colete/Justilho de linho
Faixa de Lã vermelha (dentro do colete) envolvendo o busto
Saiote de linho (enáguas)
Saiote amarelo de baeta com bordados em lã
Saia de fora de pano de lã preta
Avental (Mandil) de burel castanho
Meias de lã
Botas de pele de borrego
Colar de contas de azeviche preto

Fonte: Rui Magalhães

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