sexta-feira, julho 17, 2015

Traje masculino e de lavradeira de Vila Chã - Douro Litoral


Este traje encontra-se representado no Museu de Arte Popular através de dois modelos de bonecos que integram a coleção elaborada por Thomaz de Mello e Dalila Braga (ver Embaixada de Bonecos) e retratam uma ocasião festiva especifica de Vila Chã (Esposende) assinalada pelos chapéus de palha enfeitados com papel.

Este está associado ao arranque do linho que era feito em Julho. Grupo de rapazes e raparigas dirigiam-se bem cedo, para os campos, entoando lindas cantigas. Os seus trajos demonstravam alegria. Chapéus de abas largas e ornamentados com lindos ramos de flores, oferecidos pelas namoradas, eram motivo de grandes rivalidades. (in Vila Chã, Esposende uma Terra Milenar, Manuel Albino Neiva, Vila Chã, 1999, p. 200 e 201.)

Traje masculino

Trajo festivo composto por camisa branca de estopa bordada com linho vermelho na frente, bolso e nos punhos, calças também de estopa de linho de alçapão, decorada com pesponto sobre as costuras laterais; na cintura faixa preta. Na cabeça amplo chapéu das "arrigas". Calça, tamancos e segura nas mãos um cavaquinho.

Traje de lavradeira

Trajo festivo, composto por camisa de linho bordado no colete, ombreiras frentes e punhos, guarnecidos com renda; colete preto de rabinhos, bordados a missangas; saia de tecido misto de lã castanha e linho com pano preto; avental listado de várias cores, decorada com barras de veludo e bordados a vidrilhos e missangas; faixa preta sobre a anca; na cabeça lenço estampado sobreposto por chapéu das "arrigas". Calça meias rendadas e chinelas pretas. Nas orelhas brincos à rainha e no peito colar de contas e cordão com cruz de Malta, coração duplo e cruz de canovão. No interior tem saia de baeta vermelha e outra de algodão, culotes e uma camisa curta. Fato utilizado na zona de Esposende, Vila Chã - Douro Litoral. O modelo segura na mão uma espadela.

Chapéu das "arrigas"

Copa alta e aba larga levantadas na frente. Todo o chapéu está revestido com papel de lustro e papel de seda, franjeado e recortado, tendo na frente aplicado um ripo e uma enxada (miniatura) alusivos ao trabalho masculino na cultura do linho e no alto, um ramo florido de onde pendem cigarros oferecidos pela sua conversada. Do topo da copa caem fitas de papel. No interior do chapéu tem suporte de madeira para expor na vitrine.

Fonte: Museu de Arte Popular

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