segunda-feira, novembro 23, 2009

Presépios com trajes tradicionais portugueses

Não há nada mais tradicional no Natal em Portugal que o presépio. É a alegria de pequenos e graúdos na hora ir ao musgo, de enfeitar o presépio, de dispor as várias peças, de deitar o menino nas palhinhas.
Bom! Hoje em dia, já se compra tudo feito, nem o musgo é verdadeiro. Mas o presépio não pode faltar.
Mas que tal aliar o tradicional presépio aos trajos regionais, afinal a Sagrada Família simboliza cada uma das nossas famílias.
Um artista de Almoster (Santarém) teve esta brilhante ideia que pode ser vista em “
Olhar o Barro” ou em "Cerâmicas d' Almoster"

domingo, novembro 22, 2009

Artigo do DN sofre Folclore

Caros Amigos

Descobri hà pouco tempo um artigo no DNOnline sobre o folclore em Portugal e sobre os grupos que o representam. É do melhor que li sobre o assunto nos últimos tempos.
Leiam-no em Rigor ou aplauso, o drama do folclore por António Pedro Pereira e Arlindo Camacho

sexta-feira, novembro 06, 2009

O Xaile

O uso do xale ou xaile (do persa Shāl) é muito antigo, pelo menos no Oriente, defendo-se que será originário de Caxemira, o seu principal centro produtor. No ocidente o seu uso surge apenas no princípio do século XIX.
O uso do Xaile parece ter sido introduzido na Europa por volta de 1798 por soldados Franceses que fizeram a campanha no Egipto. Eram caríssimos, sendo mais finos os que se faziam do pêlo de uma cabra que existia no norte da Índia e a sua confecção levava cerca de um ano. Em 1818, os Franceses, começaram a imitar o Xaile de Caxemira, mas a urdidura era de seda e a trama em pêlo de cabra do Tibete e lã merina ou Australiana, mantendo a riqueza das cores e a beleza dos desenhos tipicamente orientais, mas à medida que o seu uso se foi divulgando, qualquer matéria ou desenho servia para a sua confecção.
Em Portugal entraram lentamente. Os primeiros xailes teriam sido trazidos pelos capitães de navios que os ofereciam a suas esposas. Inicialmente foram utilizados como ornamento da casa, só posteriormente começaram a aparecer em bailes envolvendo os ombros das senhoras.
Na classe popular, podemos dizer que o Xaile não é inteiramente novidade, sempre a mulher camponesa usou pelas costas uma espécie de agasalho, uma saia dobrada ou uma capa ou mantéu.
A grande difusão em Portugal, resulta do facto de a sua entrada ter coincidido com o desenvolvimento da indústria de tecelagem. A produção em série torna o Xaile mais acessível às bolsas populares.
Existem vários tipos de Xailes
Xaile de Sarga – Liso em ponto de sarja, franja torcida, inicialmente, só em preto, depois noutras cores e em xadrez.
Xaile Barra Azul – Liso ou em ponto de sarja, franja em nós, fundo escuro normalmente urdido em castanho e trama em preto, as barras eram em azul muito vivo, xaile popular, característico da zona Centro do pais.
Xaile Barra de Cetim ou Barrinhas – Em ponto de cetim com barras noutro ponto de cetim, franja torcida e também com franja em cadeia de cor preto, xaile popular de todo o país.
Xaile Xadréz-Feito em estambre (fio de lã penteada) em seda natural, em xadrez franja torcida, em preto e de várias outras cores. Era o preferido da classe média.
Xaile de Barra de Seda – Corpo em estambre e barra de seda, a barra era formada por vários desenhos representando motivos populares, em preto e de outras cores. Xaile de cerimónia da classe média, este Xaile também podia ser fabricado em fio de algodão ou fibra vegetal.
Xaile Double – De sarja em lã cardada, face principal em preto e outra de cor diversa, era um xaile popular de agasalho.
Xaile Mescla – Liso em sarja de lã fios de várias cores.
Xaile de Flanela – Em lã cardada, vai à percea levantar o pêlo, em preto, azul e castanho, era um excelente agasalho.
Xaile Pirinéus ou Feltrado – De lã cardada, pêlo aveludado liso, em várias cores, xaile de agasalho, as senhoras usavam-no muito nos serviços caseiros.
Xaile Africano – Fio cardado fazendo relevos, em cores, com predomínio do preto e cinzento, xaile de agasalho.
Xaile de Cercadura – De lã cardada em ponto de sarja, a barra de fios de borbotos ou argolas, em preto e de cores, xaile popular para senhora de meia-idade.
Xaile de Argola Liso – Lã cardada a urdir, a tramar fio cardado e argola, em preto, argola pode ser preta ou de várias as cores, xaile popular, muito grosso e pesado, usado nas regiões nortenhas ou na beira-mar.
Xaile de Ramagem ou Relevo – Lã cardada e ramagem feita de fio de argola, duas faces, ambas em preto, ou uma preta e a outra em verde, azul e castanho. Xailes populares mais para senhoras de classe média, muito caros e usados nas zonas mais frias.
Xaile de Argolinha – Em argolinha a urdir, em varias cores, xaile popular domingueiro, era um xaile caro e único vendido a peso, tinha entre um a dois quilos por volta de 1925 cada quilo custava 220 escudos era usado por todo o pais e muito na moda na Beira Alta.Xaile de Linha – Era urdido com fio na trama em lã cardada ou penteada, em preto, xaile pesado e duro para as raparigas e mulheres de posição média.
Xaile Primavera – Estambre a tramar e seda a urdir, ou de algodão e seda, de franja cadiada muito entrelaçado, em várias cores e desenhos, com predomínio do xadrez em preto e branco. Xaile domingueiro das raparigas da zona de Coimbra e Aveiro.
Xaile Tricana – Lã merina estrangeira, franjas de seda muito compridas e entrelaçadas, vários desenhos e varias cores, sobretudo cores garridas. Xaile de romaria muito usado nas zonas centro do nosso país.
Xaile Manta – Lã merina em ponto de tafetá, não tem franjas é de vários tipos de xadrez em preto e branco, xaile domingueiro e de romaria usado mais nas mulheres casadas.
Xaile de Merino – Em estambre de lã estrangeira, preto de cerimonia, muito usado nos casamentos, missa e dias de festa e no luto, xaile caro, usado pelas senhoras de meia-idade.Xaile Tapete ou Fantasia - Em seda natural ou em fio de estambre, muito lavrado, cheio de desenhos e cores representando animais, folhas, flores, frutos, e combinações geométricas, usado pelas senhoras da cidade de classe aburguesada ou para ornamentação de salas.