quarta-feira, dezembro 06, 2006

Trajes do Ribatejo – Santarém

As danças e cantares ribatejanas da região do Bairro são particularmente enriquecidas de pormenores artísticos, repousadas, elegantes e harmoniosas. Os seus trajes são sóbrios como, aliás, é o próprio panorama da zona onde vivem.

Os trajes das mulheres são de cores variadas, mas com predominância para os tons discretos. As saias podem ser azuis, pretas, verdes e castanhas. Já as blusas são mais claras e os aventais (quando envergados) de cores mais vivas e lenços de cabeça pouco garridos.
Quanto ao traje do homem o mais importante é o de "Cerimónia" ou "Domingueiro", totalmente preto e constituído por calças de cós alto e polaina, com bolsos direitos, colete preto, camisa branca de peitilho e sapatos de salto de prateleira.

Durante a semana, eram usadas roupas de cortes mais simples e tecidos mais baratos.
Os homens envergavam roupas de cotim e camisa de riscado e as mulheres, saias, blusas e aventais de riscado, chita ou algodões fracos. Assim se ataviavam para as lides do campo, mas também como as roupas de caminho, aquando se deslocavam para o campo ou à vila de Santarém em alturas não festivas, como por exemplo, para arranjar trabalho ou à segunda-feira da parte da manhã, no mercado.

Em dias festivos, as mulheres envergam saias franzidas de barriga lisa que podem ser azuis, pretas, verdes e castanhas. Já as blusas de aba e de quartinhos são mais claras, aventais de cores mais vivas, enfeitados com rendas e lenços de cabeça pouco garridos. Diziam as raparigas do 1º quartel de 1900, "que eram as antigas que usavam as blusas por cima do avental", aparecendo assim a moda dos aventais espartilhados colocados por cima da blusa. Em alturas de mais gabarito, era retirado o avental. Por influência citadina vão sendo introduzidos novos tecidos e novas peças, como os armures e os trajos de casaca, assim, como os “Vestidos”, trajo de saia e casaca do mesmo tecido, normalmente em lã e envergado no início de 1900 nos nossos lugares pelas raparigas mais abastadas.
Os homens envergavam fato preto de jaqueta de alamares e calça de cós alto e polaina, com bolsos direitos, colete preto, camisa branca de peitilho e sapatos de prateleira. Normalmente usava-se barrete preto, o chapéu, era envergado por pessoas mais abastadas ou em alturas de maior cerimónia. Com o tempo os alamares da jaqueta caíram em desuso, sendo substituídos por botões de massa.

Em dia de casamento, o noivo vestia traje de cerimónia. Para assinalar de modo único esse dia, mostrava com vaidade, no peito, o lenço de compromisso bordado pela sua noiva. Em tudo o mais, o fato não detinha nenhuma particularidade excepto na flor que colocava ao peito. A noiva usava vestido de lã.
As cores mais vulgares para quem podia dar-se ao luxo de comprar um fato para o dia do seu casamento eram azul sulfato, o verde azeitona, a cor da flor do alecrim (…). Para a cerimónia, a rapariga cobria a cabeça com um lenço de seda fino ou com uma mantilha de renda. O seu peito era adornado com um cordão de ouro (o dote), flor de laranjeira e na mão um ramo de flores da época. É este o traje de cerimónia por excelência


Outros assuntos relacionados neste blog: O Campino

2 comentários:

Anónimo disse...

estou un pouco triste,aderei a pouco tempo a un rancho, e nao tinha trage. como fui a Nazaré. informeime o que devia comprar. disseram-me para comprar un tecido en la encarnado as riscas prêtas e un lenço como sou de torres Novas pedi a informaçao para representar o Ribatejo. Agora que vi na interneta o que comprei nao conresponde Peço Ajuda cumprimentos

Carlos Cardoso disse...

Olá
O que aconteceu consigo, acontece com muita boa gente.
Antes de recriar qualquer traje devemos efectuar uma pesquisa sobre o assunto. A internet veio facilitar esse trabalho, embora nem sempre seja suficiente.
Se quiser, pode-me contactar por e-mail, para c.alvescardoso@gmail.com que vou tentar ajudar.
Um abraço
Carlos Alves Cardoso